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Alunos enganados por quadrilha que vendia cursos falsos prometem abrir Ação Penal 13/07/2018

Vinte estudantes do município do Careiro da Várzea (a 25 quilômetros de Manaus) enganados por uma quadrilha que vendia cursos de graduação falsos vieram a Manaus e prometem abrir uma Ação Penal Pública. Eles cobram auxílio do Governo do Estado e do Ministério Público para conseguir resolver o problema.

Os estudantes faziam cursos na Escola Superior Batista do Amazonas (Esbam) nas áreas de pedagogia, educação física, administração e serviço social, mas, apesar de os cursos terem sido ministrados por alguns professores da instituição com todos os requisitos normalmente solicitados em instituições de ensino superior, eles não tinham registro do MEC.

Em Manaus, os estudantes foram ao 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e, também, conversaram com um advogado. A estudante Ana Paula cursava educação física e foi uma das pessoas enganadas. Ela destaca que ela e os demais alunos irão buscar os seus direitos. “Nós temos as assinaturas, temos os relatórios, a carta relatando toda a nossa vida, todas as frustrações, para buscarmos uma solução para reparar tudo que nos foi causado”.

Ela disse que os estudantes se preparavam para o concurso da Seduc, e que a notícia do golpe aplicado pelos acusados surpreendeu e frustrou os planos de todos.

“Nossos sonhos foram arrancados, vamos fazer o concurso da Seduc, mas, se a gente passar, nós não iremos ter como assumir os cargos porque não temos o certificado. Nossa esperança é conseguir os certificados dos cursos que fizemos, mas, se não for possível, queremos ter o nosso dinheiro de volta”, disse Ana Paula.
Os alunos cobram ainda um posicionamento da Esbam sobre o caso. “A Esbam fala que não sabia da nossa existência, que foi enganada, como nós, mas como se no portal do aluno, no site da Esbam, está todo o nosso histórico escolar, nossa vida financeira e, além disso, nós tivemos uma aula no pólo da Esbam, em Manaus, então, como passa despercebida a entrada de tantos alunos no pólo? Os professores eram enviados pela Esbam, eram pagos para ministrarem as aulas. É complicado, então queremos uma resposta da Esbam e do nosso Governo”, disse.

Cinco suspeitos presos

A operação “Incautos”, da Polícia Civil, resultou na prisão de cinco pessoas que trabalhavam na Esbam, Zona Centro-Sul da capital. A professora de Direito, Meyre Jane da Silva, 49, a advogada Nubia Batista Pinheiro, o professor Valdir Pavanello Júnior, 33, Ellen da Silva Santos, 33, e Marivaldo Fonseca, 50, atuavam no esquema criminoso de oferecimentos de cursos de graduação falsos sem autorização do Ministério da Educação (MEC).

Eles atuavam em 15 municípios do Amazonas e o golpe do grupo alcançava R$ 1 milhão. As prisões de Meyre, Nubia, Valdir e Ellen ocorreram no dia 14 de junho, após denúncias de sócios da empresa. Marivaldo foi preso no dia 20, assim que desembarcou em Manaus, vindo da Bahia.

As investigações em torno do caso iniciaram no mês de maio, após sócios proprietários acionarem o Tribunal de Justiça, por meio da 17ª Vara Cível, solicitando a intervenção judicial contra os donos antigos, para a faculdade que havia sido vendida para os atuais sócios, Amós Alves dos Santos, 35, e Rubens Pedro de Farias Júnior, 33, que até o momento estão foragidos.

Conforme a Polícia Civil, Ellen era a pessoa que coordenava o setor onde o crime acontecia, e ainda era mantida longe dos demais funcionários para não levantar suspeitas. Valdir agia no interior do Estado como coordenador geral acadêmico, realizando a ação irregular. O grupo oferecia os cursos aos alunos, emitiam os boletos para pagamentos, os mesmos cursavam, mas o certificado não teria validade.


Fonte: A Crítica