CONFEF - Conselho Federal de Educação Física

Atlas do Esporte no Brasil FAQ

ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL – TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E REFERÊNCIA PADRÃO PARA APRESENTAÇÕES NA MÍDIA, EXPOSIÇÕES NA INTERNET, PALESTRAS DOS AUTORES E ESCLARECIMENTOS DIVERSOS (ESCOLHA SELETIVA)

Perguntas mais freqüentes – FAQs


O que é o Atlas do Esporte no Brasil?

Trata-se de um livro que apresenta os resultados de uma das maiores pesquisas sobre esporte até hoje feitas no mundo: cerca de 410 colaboradores qualificados e 17 editores, trabalharam voluntariamente durante dois anos, levantando memória (passado) e inventário (presente) de diferentes facetas do esporte e de atividades físicas congêneres, cobrindo todo o Brasil. São 924 páginas tamanho duplo, com centenas de mapas, quadros e tabelas, completadas por uma seção especial com cerca 200 fotos e figuras que sintetizam a história do esporte brasileiro, do Descobrimento do Brasil em 1500 aos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. O obra é multidisciplinar, com seus capítulos apresentados em língua portuguesa (textos completos) e inglesa (resumos e textos complementares), prestando-se a atingir os seguintes públicos: parlamentares e órgãos governamentais; mídia; lideranças e profissionais do esporte, Educação Física, lazer e atividades físicas para saúde; clubes e instituições diversas relacionadas ao esporte; Instituições de Ensino Superior, pesquisadores, professores e alunos no Brasil e no exterior; entidades e autoridades do exterior; e apreciadores dos esportes em geral de qualquer país. O formato livro foi adotado inicialmente mas outros suportes estão previstos para o desdobramento futuro da obra.

Quais os motivos essenciais que geraram a elaboração do Atlas ?

A justificativa principal que gerou a elaboração do Atlas foi uma pesquisa para confirmar a previsão de que quase dois terços da população brasileira estariam direta ou indiretamente relacionados à prática de atividades físicas e de esportes, com inúmeros objetivos dentre os quais: lazer e entretenimento, saúde, educação, inclusão social, capacitação militar e policial, participação e competição esportiva, mobilidade para e no trabalho, promoção social do trabalhador etc. Os levantamentos do Atlas confirmaram, em resumo, que se tratava efetivamente de um dos maiores contingentes – senão o maior – da população brasileira, delimitado em termos de participação sócio-cultural, emprego e consumo, gerados por uma atividade específica. A partir deste pressuposto original, pesquisadores voluntários mapearam as atividades físicas no Brasil em quase 300 abordagens diferentes, desde esportes preferidos até laboratórios, passando por clubes e turismo de lazer esportivo. Este livro, portanto, põe em relevo as atividades esportivas e seus suportes institucionais e comunitários como um dos principais meios de desenvolvimento social e econômico da sociedade brasileira na atualidade. Em contraste com esta constatação, verifica-se que não existe no Brasil um sistema de informações esportivas ou de informações sobre práticas de atividades físicas em geral, impedindo assim que haja intervenções adequadas ou políticas públicas coerentes. Neste contexto, o objetivo de se instituir a coleta de dados sobre esportes de modo sistemático no Brasil está sendo reforçado pela publicação do Atlas.

Qual é afinal o objetivo formal do Atlas?

Gerar informações sobre a situação das atividades físicas no Brasil, com acesso facilitado e compreensão junto à opinião pública, aos poderes do país e aos profissionais do setor, de modo a inserir no devido lugar o papel de tais atividades na sociedade brasileira. Trata-se em resumo de se revelar a verdadeira identidade do esporte e da Educação Física no país.

O Atlas surgiu de quais intenções e a partir de quem?

A intenção original admitida formal e publicamente foi a de levantar fatos de memória e de inventariar condições presentes de ocorrências de atividades físicas no Brasil, quer como práticas esportivas e/ou de Educação Física, quer como atividades físicas voltadas para a saúde e/ou lazer de seus praticantes, constituindo um conjunto de dados espaciais (mapas) e / ou de dados quantitativos (tabelas e quadros) e qualitativos (textos descritivos e analíticos resumidos), com algumas interpretações que possam render significados setoriais, regionais e nacionais. Contudo, o objetivo operacional principal que animou o surgimento ao Atlas foi o de preparar uma base de informações qualitativas e quantitativas que possa dar sustentação e regularidade a futuros envolvimentos do IBGE com estatísticas no tema das atividades físicas e esportivas, em modo semelhante aos demais setores de importância econômica e sócio-cultural do país. Em outras palavras, diante da carência de dados sobre atividades físicas e do crescimento da importância desta área de atividades na economia nacional, criou-se um meio de esclarecimento público – representado pelo Atlas – para sensibilizar o governo, as próprias iniciativas esportivas e os diferentes profissionais nelas participantes, quanto à necessidade de geração de dados para um direcionamento racional da área como um todo e em suas partes. A liderança desta mobilização foi assumida por Lamartine DaCosta, autor na década de 1970 do “Diagnóstico da Educação Física e Desportos no Brasil”, obra publicada pelo Ministério do Planejamento, que não teve continuidade em âmbito governamental mas que já indicava em sua época um grande potencial da área.

Após sua publicação, como o Atlas será atualizado?

As possibilidades são: (1) pela instituição de uma banco de dados de atualização contínua e permanente, sendo o Atlas a base deste dispositivo; (2) por edições sucessivas do livro de primeira edição datada de 2005; (3) por DC ROM também atualizado periodicamente. Esta previsões poderão acontecer isoladas ou em conjunto de acordo com oportunidades, vontade corpórativa e / ou vontade política das instituições que apóiam hoje e no futuro o Atlas. Outra vertente de atualização é a regionalização, definida por projetos de produção de Atlas por estado, cidades ou grupos de municípios por iniciativa local, usando a metodologia básica do Atlas, publicada em 2005. Se compatível metodologicamente, cada Atlas regional poderá ser incorporado ao nacional em qualquer dos suportes antes aqui citados. Um exemplo avançado do procedimento regional (em andamento) concerne ao Atlas do RS que pode ser visitado em http://www.cref2rs.org.br/atlas/

O Atlas regional é uma iniciativa de quem ou de quais instituições?

Um Atlas de cidade, grupo de municípios ou estado, pode ser gerado por iniciativas locais, interessados em valorizar ou projetar suas regiões por melhor conhecimento do esporte e das atividades físicas. Apenas tem sido sugerido que se siga a metodologia básica do nacional de modo a não se criarem obras isoladas de impacto reduzido. Aconselha-se também a se buscar parceria com o Cref da região desde que será mantida naturalmente uma relação com o projeto nacional do Atlas que é modular e adaptável a iniciativas locais. Uma consulta à seção “Lazer – cidades e regiões” é proveitosa neste caso uma vez que os capítulos nela incluídos são de cidades e municípios que elaboraram um mapeamento em diferentes níveis de coleta de dados (exploratório, de abordagem histórica, focado em atividades de lazer, de múltiplos enfoques, detalhados etc). Na edição 2005 do Atlas há apenas 14 capítulos na conformidade desta proposta, agregando cidades grandes, médias e pequenas a fim de constituírem modelos para futuras iniciativas descentralizadas e autônomas como se pode acompanhar pelo caso do RS. É oportuno registrar também que parcerias múltiplas - sobretudo envolvendo Instituições de Ensino Superior de Educação Física – podem dar maior apoio a projetos regionais de Atlas, como também se pode avaliar na visita à página do projeto do RS em http://www.cref2rs.org.br/atlas/

Quais são em resumo, as inovações promovidas pelo Atlas do Esporte no
Brasil ?

(a) Projeto modular de coleta de informações técnicas e administrativas adaptável a interrupções e mudanças de gestão nas instituições de apoio; (b) Uso na área das ciências do esporte de grande número de autores em rede e de participação variada em modo similar às pesquisas avançadas em genética, astrofísica, informática etc; (c) Aperfeiçoamento da metodologia do mapeamento (mapping), incluíndo levantamento de memória a fim de gerar significados de desenvolvimento social e econômico; (d) Trabalho de pesquisadores de feição participativa, adesão voluntária e de delimitação reduzida por participante para viabilizar levantamentos de elevado custos e de longa duração; (e) Resultados da pesquisa em prazo curto (dois anos no caso em exame) e de formatação modular permitindo desdobramentos e aperfeiçoamentos sucessivos na coleta e nas interpretações dos resultados ; (f) Agregação de dados de confiabilidade variada visando-se a identificação de hiatos de informação, de meios de relativisar resultados provisórios e de tendências gerais e / ou pontuais ; (g) Metodologia de levantamento (survey) simplificada capaz de ser utilizada por instituições tanto dos grandes centros urbanos como do interior do país, como também por participantes pesquisadores – autores de níveis de formação educacional variada ; (h) Produção gráfica paralela à produção da pesquisa (coleta de dados, texto e figuras) para reduzir tempo e custos da publicação dos resultados ; (i) Produção editorial por parcerias entre grupo de editores, empresa editora, publisher e indústria gráfica ; (j) Uso intensivo de editores por áreas de pesquisa na composição e redação dos capítulos a fim de garantir velocidade e uniformidade na produção da obra ; (k) Uso compatibilizado de tecnologias de informática e de impressão em papel, obtendo-se maximizar benefícios de ambas ; (l) Adoção no setor esportivo de consórcio de instituições procurando-se maior apoio político e eficácia na mobilização de recursos ; (m) Uso da padronização na produção dos textos e ilustrações criando maior eficiência no trabalho em larga escala de autores e setores de levantamento ; (n) Geração de processos e procedimentos de uso científico geral possibilitando a transferência de experiência para outros setores de conhecimento e reforçando o desenvolvimento da ciência nacional ; (o) Implantação de meios para inserção do esporte e atividades físicas em geral na grande ciência do país dado o importante impacto deste setor na saúde pública e economia da nação.

Como se define o Atlas em termos jurídicos ?

Considerando-se direitos e deveres privados e públicos, como também demarcação de responsabilidades, define-se o “Atlas do Esporte no Brasil” como uma obra produzida em co-autoria e de natureza coletiva segundo a Lei no 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 - que consolida a legislação sobre direitos autorais -, artigo 5º, inciso VIII e itens (a) e (h) respectivamente, sob condição de não ter fins lucrativos para seu produtores, autores e patrocinadores e de que os excedentes monetários dela auferidos pela editora escolhida para sua comercialização sejam aplicados em novas edições e/ou versões eletrônicas. Neste sentido, a produção do Atlas, em sua primeira edição foi feita por voluntários, atrelando-se ao objetivo de levantamento da memória do esporte e de inventário desta atividade em escala nacional, que tem significado vinculado ao patrimônio cultural do país, conforme consta da “Introdução” da publicação. Esta obra, portanto, apresenta-se como um trabalho coletivo para benefício público, conforme proposto em seu projeto original – emitido em 10/02/2003 -, e deste modo divulgado pelos principais meios de comunicação de massa em abrangência nacional. A liderança institucional do projeto do Atlas foi assumida inicialmente pelo Conselho Federal de Educação Física-CONFEF, criado pela Lei 9.696 de 01/09/1998, mantendo-se a autonomia de seus editores e autores.

Como se interpreta a produção do Atlas do ponto de vista administrativo?

O projeto do “Atlas” desde seu início ficou aberto à adesão de voluntários qualificados como também teve apoio administrativo do CONFEF. Por sua vez, o CONFEF se associou ao longo da produção da presente obra a outras entidades diretamente envolvidas com esporte, Educação Física e atividades físicas para a saúde e para o lazer, a fim de ter colaboração administrativa e/ou financeira quanto ao seu preparo da versão livro e de outros suportes que seu conteúdo viesse a ter. O conjunto de entidades de apoio ao “Atlas” assumiu nestas condições a denominação de “Consórcio”, conforme também consta nas apresentações introdutórias do livro, reunindo ao final onze entidades públicas e privadas, cujas relações entre si não tiveram finalidades lucrativas. Neste particular, insere-se o Atlas no “Consórcio” que não gera rendas de qualquer espécie para as entidades que o compõem. Sendo todas estas entidades não-comerciais, de prestação de serviço à comunidade ou governamentais, os propósitos que animaram a formação do “Consórcio” para a viabilização do “Atlas” foram admitidos de acordo com dispositivos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: (a) garantir acesso às fontes da cultura nacional, apoiando e incentivando a valorização e a difusão das manifestações culturais (Art. 215); (b) proteger manifestações esportivas de criação nacional (Art. 217, IV); e (c) incentivar a pesquisa científica básica, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências (Art. 218, § 1º).

Como se posicionam legalmente o Organizador, os Editores e os autores colaboradores do Atlas?

Nos termos da Lei no 9.610 / 1998, que regula os direitos autorais, o Atlas é uma obra criada em comum, por mais de dois autores, por iniciativa, organização e responsabilidade de uma pessoa física, que a faz publicar sob seu nome e que é constituída pela participação de diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa criação autônoma. Na mesma legislação, a delimitação do Atlas como “obra protegida” (Art. 7º) dispõe-se de acordo com o inciso XIII, parágrafo 3º, tratando-se de uma coletânea e de uma base de dados elaborada no domínio das ciências cuja proteção recai sobre a sua forma literária, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico. Nestes termos, sendo o Atlas uma obra coletiva produzida por co-autoria, seus co-autores são identificados nominalmente pela atribuição de “Editores”, no cumprimento do Art. 15º da Lei 9.610, cabendo ao “Organizador” – também identificado junto aos Editores - a titularidade e gestão dos direitos patrimoniais sobre o conjunto da obra coletiva, conforme estipulado pelo Art. 17º, parágrafo 2º do mesmo dispositivo legal. Os demais autores desta obra coletiva científica são identificados legalmente como “Colaboradores”, cuja participação incidiu operacionalmente na produção de dados de entrada com revisão e atualização feita pelos Editores, como assim expressa o Art. 15º supracitado, em seu parágrafo 1º. A estes “Colaboradores” atribuem-se direitos morais e o título de “Autor”, por autoria em conjunto de obra científica, embora não lhes seja concedida a titularidade patrimonial como estabelecido pelo artigo e parágrafos anteriormente postos em relevo. Neste propósito, os Colaboradores do Atlas como autores de obra científica referenciada estão identificados nos trechos e capítulos da publicação em que exerceram sua colaboração na produção de conteúdos em obra científica, podendo assim dispor do uso do respectivo título para fins profissionais, pessoais e acadêmicos. Note-se, por necessário, que o Atlas apresenta-se sob formato de Banco de Dados, tendo suas informações expostas segundo um padrão único de elaboração que foi executado pelos “Editores”, estes portanto já definidos como co-autores dada a condição de se tratar de uma produção coletiva. Definições mais precisas dos padrões adotados pelo Atlas constam dos capítulos introdutórios da obra, intitulados “Introdução” e “Prólogo”, nos quais assume-se a metodologia de mapeamento em larga escala implicando numa operação com grande número de colaboradores e da adoção do voluntariado. A equivalência de status patrimonial e moral dos autores do Atlas se fez por renúncia do Organizador e dos Editores de eventuais direitos gerados pela venda do livro, usando-se ganhos monetários – se disponibilizados - em favor de novas edições da obra coletiva por parte da Editora contratada para a primeira edição.

As posições legais do Organizador, dos Editores e dos Autores Colaboradores do Atlas têm correspondência no exterior?

Além da legislação brasileira, as referências internacionais para a verificação jurídica dos Autores Colaboradores (Joint Authors) foram obtidas na fonte “Council of Science Editors” (www.councilscienceeditors.org) e por consulta em Frank Davidoff et al., “Who’s the Author? Problems with Biomedical Authorship, and Some Possible Solutions”, Science Editor, July – August 2000, Vol 23, No 4, pp. 111 - 119 (www.councilscienceeditors.org/publications/v23n4p111-119.pdf). Em resumo, a referenciação dos capítulos do Atlas considerando direitos de autoria e uso do sistema internacional APA é apresentada como no modelo que se segue: Helal, R. & Soares, A. J. G., Carmo Salles, J.G. (2005). Futebol. In DaCosta, L.P. (Org.), Atlas do Esporte no Brasil (pp. 233 – 235). Rio de Janeiro: Shape.

Como se posiciona juridicamente o voluntariado como meio de produção do Atlas?

A adesão voluntária do Organizador, dos Editores e dos Autores Colaboradores à produção do Atlas com renúncia dos diretos autorais em favor da própria obra se fez de acordo com a Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o serviço voluntário, em seu Art. 1º: “Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza, ou à instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade”. Em complemento a este dispositivo cabe pôr em evidência seu parágrafo único: “O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim”. Assim se dispondo nestas definições, e à vista das exigências legais com relação aos diretos autorais, cabe esclarecer que o propósito de preservação da memória esportiva nacional justificou a adoção do voluntariado no Atlas, sem o qual seria impraticável efetivar sua produção. Inclui-se nesta justificativa a reprodução de fotos e figuras cedidas para publicação específica no livro em pauta, em sua parte final.

Todas as funções na produção do Atlas foram assumidas por voluntários?

Não, a programação visual, as operações de Publisher e o copydesk de correções na redação (língua portuguesa) foram tarefas profissionais, reguladas por relações de trabalho de acordo com a legislação em vigor. Além disso, alguns profissionais foram cedidos pelo Sistema Confef – Crefs para tarefas eventuais de apoio.

Há uma ordenação jurídica quanto à perspectiva de se emitirem versões eletrônicas do Atlas?

Em outras edições, o Atlas poderá assumir suportes eletrônicos. Nesta perspectiva, os padrões de montagem das informações coletadas obedeceram desde a origem do projeto da obra, a critérios modulares e ordem cronológica para atualização continuada por parte dos atuais e novos Autores Colaboradores, Editores e do próprio Organizador. Esta atualização planejada mostrou-se como necessária em face à peculiaridade do setor esportivo e de atividades congêneres no Brasil, a qual não possui estatísticas organizadas e coletadas sistematicamente. Em resumo, o Atlas é uma iniciativa levada a efeito por voluntários ora cogitados como os mais prováveis usuários das informações nele contidas desde que cada capítulo está circunscrito em princípio à área de especialização de seus Colaboradores e Editores. Isto posto, as informações veiculadas pelo Atlas são provisórias e sua versão em papel (1ª. Edição de 2005) consiste num ponto de partida para as demais versões que venham a ser produzidas em diferentes suportes. Esta ordem planejada de acontecimentos teve como justificativa o fato de não haver uma legislação consolidada para a identificação de direitos autorais em versões eletrônicas de obras similares ao Atlas.

Quais os critérios adotados para a seleção da editora que está publicando o Atlas?

Dado o número de voluntários envolvidos e instituições compromissadas com o Atlas, o critério principal foi o de ser aceita a ordenação técnica, jurídica e de gestão estabelecida em dois anos de trabalho, aliada a garantias de qualidade gráfica no produto final (livro em 1ª edição) e de distribuição no exterior. Após dois meses de consultas e negociações, o Publisher do livro, Prof. Dante Gastaldoni (UGF, UFRJ e UFF) indicou a Editora Shape do Rio de Janeiro – RJ, como capacitada a desenvolver o estágio final do projeto do Atlas. Esta etapa implicou num contrato com a Shape no qual ficou estabelecido que os eventuais ganhos comerciais seriam reaplicados em novas edições do Atlas em diferentes formatos, além da 1ª edição garantir os direitos autorais atendidos por distribuição de livros.

Quais os diferenciais identificados na Editora Shape para que fosse capacitada a dar continuação ao Projeto do Atlas?

Em princípio, o modo de produção do Atlas o faz uma obra especial, pois a programação gráfica acompanhou passo a passo a elaboração dos capítulos, resultando ao final um livro acabado em seu planejamento gráfico. Assim sendo, a editora a ser escolhida para fechamento do ciclo editorial só poderia atuar como parceira, algo ainda raro na indústria editorial do Brasil e do exterior. Assim sendo, o trabalho do Publisher foi de identificar uma ‘editora-parceira’, uma inovação que acabou sendo assumida pela Shape. Esta editora foi fundada há 17 anos e está voltada exclusivamente para a Educação Física e o esporte, dispondo de um abrangente sistema de distribuição, que engloba 179 livrarias, aí incluídas as cadeias Nobel, Saraiva e Siciliano, além das vendas por internet em sites como Fnac e Submarino. Vale ressaltar que em 2004 a Shape abriu um escritório de representação comercial em Dana Point (Califórnia, USA), para atendimento ao site de vendas Amazon, sem perder de vista a colocação de livros no Library of Congress Surplus Books Program, responsável pela aquisição das obras que integrarão o acervo das bibliotecas de referência dos EUA. Além disso, foi decisivo o binômio custo-benefício apresentado pela editora, caracterizado por um menor preço final, aliado ao acabamento gráfico da Pancrom (indústria gráfica de SP), uma dos melhores da América Latina em seu segmento. Também contribuiu para a escolha, o fato de a editora se comprometer a oferecer o Atlas a um preço subsidiado para os profissionais da área, em regime de pré-venda, além da distribuição dos exemplares correspondentes aos diretos autorais na 1ª edição. O domínio na Internet criado pela Shape para gerir suas relações com o Atlas é: www.atlasdoesportenobrasil.com.br

Por que foi adotada a expressão “Atlas” nesta publicação que se apresenta ao público como um levantamento de dados sobre o esporte no Brasil?

Porque (1) usa o método de mapeamento para identificação e descrição de acontecimentos relacionados ao esporte e às atividades físicas em geral (dados com significados de desenvolvimento, retrocesso ou estabilidade); (2) usa mapas do Brasil como base; e (3) adota a expressão clássica ‘Atlas’ para estudos de espaços geográficos com informações sociais, culturais e econômicas, isto é, “Atlas” uma vez que os objetivos do estudo foram centrados nestes três modos de conhecimento e interpretação. Na essência, o resultado do levantamento efetuado produziu uma estrutura de banco de dados porém apresentada de modo a constituir uma fonte de consulta, estudo e referência.

Se o Atlas é basicamente um banco de dados porque não se adotou primeiramente o formato de site na Internet ou CD ROM, de custo mais
acessível?

Porque era primordial se ter um repositório da memória do esporte e das atividades físicas em papel e em volume que pudesse simbolizar a identidade da área de forma permanente e sólida. Para este propósito, o formato livro tem se mostrado um meio mais eficaz em que pese um custo maior. Como o Atlas assumiu uma estrutura modular com uma parte fixa (memória) e outra mutável com o aperfeiçoamento da coleta de dados (inventário da situação atual), optou-se priorizar a parte fixa de modo a se incorporar progressivamente outros suportes. Vale nestas circunstâncias considerar que a opção livro é compatível com as demais alternativas eletrônicas, contudo a solução recíproca – do suporte de alta mutabilidade para uma plataforma fixa – tem se revelado mais complexa e por vezes duvidosa. A opção pelo livro como base para o desdobramento e aperfeiçoamento da obra permitiu por outro lado delimitar e garantir os diretos autorais dos autores colaboradores e editores, o que teria sido mais difícil usando-se versões eletrônicas.

O Atlas-2005 enfatiza em sua abertura o uso de CD ROM tanto como da versão livro. Por que então se optou ao final pela adoção do suporte livro sem o acompanhamento do CD ROM?

O CD ROM é um objetivo permanente na circulação do Atlas e seria adotado de imediato se nenhuma editora concordasse com os critérios estabelecidos para não descaracterizar o projeto original e bem sucedido em seu desenvolvimento. Como o problema da editora foi resolvido com a contribuição da Shape, adiou-se a publicação do Atlas via eletrônica. Cabe pôr em evidência/salientar que surgiram propostas de edições populares em papel e em CD ROM, que deverão ser reconsideradas e implementadas logo após a 1ª edição de lançamento.

O “Atlas do Esporte no Brasil” baseia-se em algum modelo ou tendência de estudos vindos de outros países?

Existem “Atlas” ou estudos importantes sobre atividades esportivas em perspectiva espacial, nos EUA, França, Cuba e Portugal, porém são obras com pontos de vista particulares embora em escala nacional. Assim, os Atlas do Esporte de Cuba e de Portugal são levantamentos de acervo e catálogo, enfocando disponibilidade de instalações e alguns outros meios para práticas populares e treinamento esportivo avançado. Já os dos EUA e da França têm sentido histórico e enciclopédico, ao estilo de conhecimento geral e diletante, como se encontra, por exemplo, nos guias turísticos. A opção do Atlas brasileiro é de ordem científica, de diagnóstico em primeira abordagem, de reconhecimento preliminar, abrangendo um país inteiro e as diferentes manifestações esportivas em conjunto com as atividades que lhes dão suporte, tais como os grandes sistemas de entidades esportivas e atividades congêneres (ACM, SESI, COB, CONFEF, FENABB etc), capacidade científica instalada no país, formação profissional etc. Na inclusão dos suportes à prática esportiva e de atividades físicas em geral, reside o diferencial do Atlas brasileiro em face ao objetivo principal de levantar significados econômicos do esporte, algo não atendido pelas publicações similares estrangeiras.

Constituindo um diagnóstico preliminar, o Atlas é um trabalho teórico ou de utilidade prática?

O Atlas se apresenta como uma ferramenta que gera conhecimento para depois intervir, na qual as informações são dispostas para estudos mais aperfeiçoados ou para os interventores fazerem suas próprias interpretações e ações correspondentes. Portanto, o Atlas é uma referência essencialmente prática, um instrumento gerencial para uso de grupos, comunidades e instituições, públicas e privadas. Mas é um diagnóstico preliminar na sua versão 2004 (1ª edição em livro de 2005) porque se trata de um trabalho em progresso. Neste contexto de uso prático cabe realçar que o Atlas é um exemplo típico de gestão do conhecimento (uma etapa avançada da gestão da informação), uma área de alta sensibilidade para o desenvolvimento futuro do país, que pode servir de modelo para outros setores de intervenção na sociedade e na economia nacional. Por ser modular, entretanto, o Atlas não deixa de enfatizar áreas particulares de conhecimento científico, histórico e administrativo permitindo a geração de conhecimentos de modo tradicional.

Sendo incompleto em várias de suas partes, o Atlas oferece condições de ser usado como informação científica ou instrumento de gestão?

Sim, até que haja informação disponível de maiores empenhos na coleta, com dados mais precisos e temas mais bem definidos, referidos às áreas geográficas de maior pertinência. Esta sugestão prende-se ao fato de que é melhor alguma informação do que nenhuma. Como preceito, este encaminhamento dos dados do Atlas é relativo a cada tema abordado pela obra, já que os capítulos são distintos entre si em densidade e validade das informações. Note-se que o grau de validade de informação científica faz-se por delimitação (espaço, tempo, população, grupo, matéria, taxa de mudança etc) o que relativiza seu uso a diferentes aplicações e não elimina estimativas e dados provisórios.

Qual a função dos “Cenários” que ocupam a parte final do Atlas? Estes capítulos resumem conclusões dos levantamentos?

Sintetizar e resumir as informações geradas nos capítulos que antecedem este “Epílogo” do livro, de modo a identificar tendências sociais e econômicas ou simplesmente adicionar questões às lacunas encontradas ao longo dos capítulos e abordagens diversas. Neste termos o Atlas não assume conclusões, mas estabelece bases para serem alcançadas. Em suma, o Atlas é um trabalho em progresso tanto na identificação de tendências como no aperfeiçoamento contínuo das informações nele incluídas.

Sendo um estudo proposto como generalista e cobrindo um país inteiro, como o Atlas foi elaborado para atender estas pretensões até agora inéditas no plano internacional?

Em termos metodológicos, o Atlas brasileiro não constitui uma inovação, pois seus levantamentos priorizaram a memória de cada setor examinado e um inventário de suas disponibilidades principais. Mais precisamente, cada capítulo refere-se a fatos do passado que possam render interpretações atuais das atividades esportivas ou das atividades meio de suas práticas e eventos; além disso, há dados atuais que oferecem uma idéia de pessoas, entidades, profissionais, instalações, equipamentos e de outros recursos mobilizados por tais atividades. A partir desta posição clássica de diagnóstico sócio-cultural e administrativo teve lugar uma sistematização em módulos em cada capítulo e no Atlas como um todo. Ou seja: tanto a memória como o inventário seguem um formato único, disposto por ordem cronológica em itens, antecedido por definições e origens do setor em exame, e concluído por uma “Situação atual” que descreve o inventário de modo resumido, com abordagem quantitativa e interpretativa. Sendo modular, cada capítulo permite contribuições de vários colaboradores – pessoas e entidades – e de fontes, como também atualizações e adições sucessivamente. Em resumo, o Atlas de 2004 é uma base de dados, um ponto de partida para reformulações a serem sucedidas na medida em que novas informações se tornem disponíveis e novas áreas do país sejam agregadas ao levantamento inicial. Nestas condições, é válido o uso de informações do Atlas por segmentos ou partes de acordo com necessidades específicas ou particularizadas.

Porque o enfoque da metodologia do Atlas voltou-se para o levantamento de memória e não da história?

Por simplificação da busca de dados e multiplicação do uso de fontes, permitindo assim rapidez na coleta e preservação urgente da memória já ameaçada de desaparecimento há algumas décadas. O Atlas do Esporte no Brasil, assim sendo, é apenas um documento de memória que poderá servir de base para futuros estudos históricos por seleção, verificação, comparação e interpretação dos dados coletados. Assim sendo, o Atlas não discute nem interpreta fontes as quais estão dispostas na maior quantidade possível nos capítulos, disponibilizadas como ponto de partida para análises dos historiadores. Um exemplo significativo de memória já desaparecida e recuperada pelo Atlas prende-se aos Jogos Olímpicos Latino-Americanos de 1922, realizados no RJ em comemoração ao Centenário da Independência. Além de um capítulo próprio originado de César Torres (pesquisador de fontes na ACM dos EUA e nos arquivos do COI em Lausanne), o fato de memória destes Jogos aparece em vários outros capítulos de temas diversos, com fontes diferentes, havendo assim uma confirmação do fato e abertura de novas possibilidades de estudos.


A abrangência nacional praticada pelo Atlas pode esvaziar ou deturpar visões locais do desenvolvimento esportivo e atividades físicas congêneres?

Não, porque os módulos de informação podem se referir a qualquer nível e foram sendo agregados na medida em que eram produzidos, como também descartados diante de informações mais precisas. Em princípio todas as informações registradas tiveram igual importância não se levando em conta de que nível se originavam. Em termos de localização no mapa foi possível referenciar estes diferentes níveis e em muitos casos extrair totais quando os dados eram numéricos. Em suma, o método de mapeamento pode representar qualquer nível, mas acaba por privilegiar o nível local porque nele se identificam as bases para compreensão do demais.

O método de mapeamento adotado pelo Atlas foi bem sucedido em transferir todos os dados para mapas?

Não. Nos casos em que os dados eram excessivamente genéricos ou parciais, tanto em relação aos acontecimentos como a suas localizações, a representação incidiu em tabelas e descrições de diversos formatos. Um exemplo desta limitação concerne ao capítulo “Projetos Esportivos de Inclusão Social-PIS. Crianças e Jovens” de Marta Corrêa Gomes e Márcio Turini. No geral dos capítulos incorporados pelo Atlas, alguns acontecimentos se prestaram mais a significados ligados a regiões do país; em outras elaborações o enfoque mais pertinente foi estadual ou apenas local. Entretanto, em razão dos dados serem montados de forma modular, certos acontecimentos tiveram relações com outros defasados no tempo e no espaço. Por exemplo, os Jogos Olímpicos Latino-Americanos de 1922, sediados no RJ, tiveram no Atlas registros transversais e não somente na localização original da cidade do Rio de Janeiro. De qualquer modo, o método de mapeamento foi aplicado nos trabalhos do Atlas como um processo de organização de dados que oferece interpretações imediatas mesmo que sejam estimativas preliminares.

O Atlas usa informações vindas de outros países?

O Atlas focaliza essencialmente o Brasil embora use alguns dados do exterior para eventuais comparações, busca de significados e de contatos. Outra contribuição externa situa-se na abordagem das origens das atividades físicas em suas diferentes modalidades, desde que estas tenham surgido fora das fronteiras nacionais. Também o sistema COMPASS dos países europeus referido à implantação e coleta de estatísticas sobre esportes e atividades físicas em geral serviu de modelo para o tratamento de dados no final da obra em formato de cenários (seção ‘Epílogo: Tendências Sociais e Econômicas’)

Uma das propostas do Atlas é a do aperfeiçoamento progressivo da coleta dos dados quantitativos sobre esporte e demais opções de atividades físicas; assim entendido quais são os passos estabelecidos para esta progressão?


Em primeiro lugar, operar com estimativas diante da inexistência de dados a fim de se discernirem publicamente as lacunas de informação e as entidades e / ou funções que necessitam de aperfeiçoamento. Em seguida, confrontar, sempre que possível e necessário, dados de várias fontes e estimativas feitas por critérios diversos, de modo a gerar reações de melhoria contínua de levantamento e re-interpretações de dados. A partir deste confronto, estabelecer um ponto de partida de desenvolvimento, isto é, organizar as informações coletadas pelo Atlas à vista de possibilitar a substituição por dados cada vez mais confiáveis ou de maior validade estatística. Em resumo, trata-se de uma estratégia de curto prazo para implantar um processo técnico – administrativo que pode ter longa duração e interrupções em seu desenvolvimento.

O porte assumido pelo Atlas em suas pretensões de convencer governo e várias áreas profissionais quanto à inclusão do esporte entre os setores prioritários da economia nacional não se mostram exageradas?

Cerca de dois terços da população brasileira tem relações diretas ou indiretas com práticas físicas que visam ao lazer e entretenimento, à saúde, à educação, à inclusão social, à capacitação militar, à participação esportiva, à mobilidade para o trabalho por bicicletas ou a pé, à promoção social do trabalhador e a outras formas de desenvolvimento sócio-cultural com integridade física e mental. Sem dúvida, trata-se de um dos maiores contingentes – senão o maior – da população brasileira delimitado em termos de participação social, emprego e consumo, gerados por uma atividade específica. Assim estabelecido, o Atlas está ainda muito aquém do posicionamento adequado do esporte na sociedade brasileira.

Embora o Atlas refira-se ao esporte em seu título, a obra engloba uma diversidade de atividades físicas não necessariamente esportivas, este procedimento está tecnicamente correto?

Do ponto de vista da prática, as diferentes formas de atividades físicas se sobrepõem em diversos aspectos e propósitos. A maioria dos esportes de competição tem suas versões de uso no lazer e na promoção da saúde. Por sua vez, a Educação Física antes predominantemente escolar, está hoje também voltada para públicos alvo como idosos, portadores de deficiências físicas, adolescentes marginais etc. Em muitos países, o esporte está hoje se associando ao turismo, e em outros a expressão ‘esporte’ abrange todas as opções de atividades físicas. Como lazer, cuidados com a saúde e turismo são importantes fatores da economia em qualquer país, o esporte acabou por se tornar também um destes fatores embora preserve sua estrutura tradicional de entidades especializadas (clubes, federações, Comitês Olímpicos Nacionais etc). Em síntese, o esporte e as demais atividades físicas a ele vinculadas direta ou indiretamente, ganharam papel relevante na economia nacional e como tal são entendidos em conjunto. Na Europa, por exemplo, o Sistema COMPASS que atua como um marco regulador internacional das estatísticas do esporte, adota esta expressão para definir as atividades físicas em conjunto. Esta opção foi também adotada pelo Atlas já que um dos propósitos da obra é a visão econômica do esporte.

As futuras candidaturas de cidades brasileiras a sede dos Jogos Olímpicos e de outros eventos internacionais de grande porte serão reforçadas pelo Atlas?

Excetuando-se o futebol e poucas outras modalidades, como também alguns atletas e equipes excepcionais, o esporte brasileiro em suas múltiplas facetas é desconhecido no exterior, em consonância com o desconhecimento que ocorre dentro do próprio país. Em muitos casos, preconceitos negativos ocupam o espaço da desinformação e geram impactos nocivos incluindo-se candidaturas aos eventos internacionais. O fato do Atlas trazer à luz cerca de 200 anos de tradições esportivas (ver capítulos “Esgrima”, “Montanhismo” e “Esportes Hípicos”, por exemplo) produz esclarecimento e prestígio junto à opinião pública externa, o que legitima pretensões de liderança. O Atlas também dá suporte a se entender o Brasil como uma das principais nações esportivas do mundo, sobretudo do ponto de vista histórico. E a condição bilíngüe – português (texto completo) e inglês (resumos e textos complementares) – da edição 2005 do Atlas garante parte essencial do conhecimento destes feitos.

A postura adotada pelo Atlas de que o Brasil é “uma das principais nações esportivas do mundo” não se contradiz com o número de medalhas obtidas nos Jogos Olímpicos?

O Atlas – 2004 assume em seu Cenário de Tendências Gerais - resumo e sistematização dos dados dos capítulos anteriores da obra – que o Brasil é um país de esportistas e bem menos de atletas de alta competição. Além disso há um outro Cenário, elaborado por Alexandre Medeiros de Carvalho, que examina os resultados esportivos do Brasil por vários critérios, concluindo que o país ainda carece de um projeto no nível adequado às eventuais exigências da opinião pública e da mídia quanto às medalhas. Em ambos os capítulos, contudo, não há julgamento de valor sobre a conquista de medalhas como fato positivo ou negativo, em face a que se trata de uma opção política. Uma síntese dos dois Cenários neste assunto indica que o país é de fato “uma das principais nações esportivas do mundo”, mas tem sido lento e defasado no uso deste potencial na melhoria da premiação e no aumento da motivação popular para reforçar o esporte de alto rendimento.


Como se explica a formação de um Consórcio de entidades para dar apoio ao Atlas, e qual é o seu papel?

As entidades membros do Consórcio são variadas em seus propósitos relacionados com o esporte e demais manifestações físicas congêneres, refletindo a própria natureza destas atividades. Se o enfoque jurídico brasileiro do esporte fosse assumido neste caso, não haveria Consórcio, uma vez que as entidades como tais tem poucas relações entre si. Mas se o objetivo é econômico, as atividades dos membros são convergentes e o Atlas atua como elemento de sinergia deste aglomerado institucional. Formalmente, as onze entidades que formam o Consórcio do Atlas associaram-se para apoiar a criação de um sistema de informações técnicas e administrativas, um propósito comum a todas elas. De qualquer modo, este tipo de associação é inédito no Brasil e traduz o início de uma complementaridade entre instituições do esporte e atividades físicas, hoje presente em vários países. O Consórcio reuniu apenas entidades de atuação em âmbito nacional, de modo a se ter um efetivo órgão de cúpula. Entidades regionais e setoriais ficaram para estágio posterior. Os segmentos representados foram: governo (Ministério dos Esportes e Fórum Nacional dos Secretários e Gestores Estaduais de Esporte e Lazer); esporte e lazer do trabalhador (Serviço Social da Indústria e Serviço Social do Comércio); associativismo esportivo (Federação Nacional das Associações Atléticas Banco do Brasil e Confederação Brasileira de Clubes); Educação Física e saúde (Associação Cristã de Moços); economia e administração do esporte (Fundação Getúlio Vargas / Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas); sistema esportivo nacional (Comitê Olímpico Brasileiro e Comitê Paraolímpico Brasileiro); Educação Física, regulamentação e ética profissional (Conselho Federal de Educação Física).

Qual a função efetiva do Conselho Federal de Educação Física – CONFEF junto ao Consórcio do Atlas?

O CONFEF deu origem institucional ao Atlas e tem liderado o projeto desde o início de 2003. A partir deste núcleo central as onze entidades do Consórcio se reuniram em torno do objetivo comum de se ter um sistema de informações sobre o esporte como também atuar politicamente para que o IBGE assuma as funções de coleta de informações básicas sobre as atividades físicas em âmbito nacional. O Atlas, neste caso, foi previsto para atuar como ponto de partida do sistema de informações do esporte brasileiro a ser criado posteriormente. Outras entidades surgiram como aptas a aderir ao Consórcio, mas o CONFEF deslocou a expansão para uma fase adiante do lançamento do Atlas.

O fato do CONFEF liderar o projeto do Atlas significa que esta obra representa os interesses do Conselho Profissional em pauta?

O Atlas é basicamente uma obra produzida por critérios científicos, representando interesses do conhecimento que são mutáveis na medida que os dados coletados são aperfeiçoados. Daí o uso de um processo modular que possa alterar continuamente os dados e interpretações. O CONFEF e demais instituições filiadas ao Atlas têm conformações estáveis que lhes dão identidade, algumas até por legislação específica. Assim, as entidades se ajustam a uma obra como o Atlas tornando-se usuárias e não gestoras de seu conteúdo. Daí o Atlas ter sido concebido – tanto na versão em papel como base de um sistema de dados – como uma obra de autores, no sentido acadêmico, cujo conteúdo é sujeito a modificações segundo a dinâmica de produção científica. Por outro lado, a politização institucional ou partidária da coleta e oferta pública de dados nacionais, põe em risco o destino da educação, economia, saúde e demais áreas chave do desenvolvimento de um país. Assim como não se pensa em politizar as sistemáticas do IBGE, o Atlas foi proposto de modo a ser autônomo diante das instituições que lhe dão suporte. E este objetivo foi alcançado criando uma estrutura de autores colaboradores voluntários (com exceção de algumas poucas funções), associados a editores por áreas de especialização e um Organizador, responsáveis no sentido científico do conteúdo aberto ao público.

Os profissionais de Educação Física, esporte e lazer constituíram uma categoria privilegiada na produção do Atlas?

Em princípio, a construção do conhecimento não está sujeita a critérios de exercício profissional, em qualquer especialidade. Em termos de atividades físicas, tal assertiva assume nuances dignas de atenção ao se admitir que a visão econômica e sócio-cultural foi o viés de maior importância no Atlas. A maior parte dos colaboradores do Atlas é constituída de profissionais de Educação Física, porém há médicos, fisioterapeutas, advogados, administradores, jornalistas etc. Além disso, há dirigentes de entidades esportivas entre os colaboradores, que operam sem vínculos profissionais por imposição da legislação esportiva em vigor. Neste contexto, a adoção do voluntariado na produção do Atlas nivelou os autores colaboradores a uma condição igualitária sem os percalços de procedimentos profissionais por vezes inibidores de uma ação em conjunto. O voluntariado trouxe também a colaboração de estudantes universitários, atletas e até cidadãos comuns, na produção do Atlas. Entretanto, esta condição operacional não deve ser confundida com o exercício de intervenção profissional que é regulado por leis, regulamentos e por ética específicas de cada profissão. Nestas circunstâncias, o Atlas oferece bases de conhecimento para a intervenção mas não para sua legitimidade, a qual é desenvolvida por cada profissional com escolhas próprias e por parâmetros institucionais e / ou legais externos externas à profissão.

O Atlas pode ser classificado como obra “apolítica”?

Nenhuma realização pode ser absolutamente apolítica, porém no caso do Atlas houve um esforço para que os colaboradores e editores se restringissem aos fatos, reduzindo a um mínimo os juízos de valor. Isto porque, a proposta básica da obra incidiu no levantamento da memória e de inventário das atividades físicas no Brasil, a partir do qual interpretações poderiam ser feitas de acordo com interesses diversificados. O próprio caráter modular do levantamento, a variedade de colaboradores e de abordagens, como outrossim de fontes consultadas produziram possibilidades de escolha de fatos de memória e de inventário para delimitar interpretações com diversidade de enfoques. Esta particularidade é verificável sobretudo em capítulos de longas digressões como em “História da Educação Física, Esporte, Dança e Lazer” de Edison Valente e Japson Macedo.

Afora o conteúdo necessária e minimamente politizado, o que se pode mencionar sobre o Atlas que tenha significado político explícito?

O Atlas como instrumento de mudança do setor esportivo tem o apoio público da Frente Parlamentar de Apoio às Atividades Físicas que inclui 157 deputados federais e senadores. Esta Frente é multi-partidária e atua no Congresso Nacional sob liderança do deputado federal Cláudio Caiado. Além desta aliança importante, o Atlas tem o suporte político – e por vezes administrativo – do Fórum Nacional dos Secretários e Gestores Estaduais de Esporte e Lazer, sob liderança do Secretário Lars Grael do estado de SP. Provavelmente trata-se do projeto da área esportiva no Brasil que teve maior grau de convergência até a presente data, indicando que o assunto de dados estatísticos e enfoque econômico na atualidade revelam-se por si só prioritários.

O Atlas é uma obra “acrítica”?

O propósito de Atlas é de estabelecer bases para futuros estudos e diagnósticos, o que inclui tanto a política como a crítica, dando-lhes fundamentos quando e onde necessários. Como não há um sistema de dados do setor de atividades físicas similar ao dos setores social e econômico levantados periodicamente pelo IBGE, no esporte e nas suas variantes de saúde, lazer, educação e competição, tem prevalecido a intuição das lideranças de instituições privadas e dos gestores governamentais em suas intervenções. E mais grave ainda, a intuição e as opiniões sem fundamento na realidade do país têm conduzido em geral as iniciativas de políticas públicas – e até de legislação - envolvendo o esporte e a Educação Física em diferentes percursos históricos. Por isso, o Atlas em seu “Prólogo” dá destaque em epígrafe a uma famosa frase de Franklin D. Roosevelt emitida na década de 1930, antes de lançar seus bem sucedidos projetos sociais: “Conhecer para intervir”.

Se o Atlas reduz os juízos de valor em seus conteúdos, como se posiciona seu sentido de diagnóstico preliminar?

No contexto de se privilegiar o que existe e o que se sabe em lugar do “dever ser”, procurou-se minimizar a idéia de diagnóstico atribuída ao Atlas, pondo-se mais ênfase na concepção de ferramenta de conhecimento, preliminar às intervenções por parte de instituições, líderes e gestores. Esta particularidade incide na própria definição de esporte que no Brasil é influenciada por interesses setoriais do esporte tradicional e profissionais do mundo acadêmico ao buscar isolamento de partes do todo das atividades físicas, além das dificuldades de conhecimento inerentes a tal atividade. Acrescente-se a estes fatos, a tradição da legislação esportiva brasileira que criou jurisdição por partes do todo esportivo que hoje necessita ter uma visão integrada em razão de seus impactos econômicos e sociais. Outro exemplo de conhecimento a ser construído antes da intervenção por pessoas e instituições refere-se aos esportes que eventualmente possam ofender ou mesmo desequilibrar o meio ambiente natural em que são praticados, ou outros que pressupõem incentivar a violência por parte de seus
praticantes. A abordagem metodológica, no caso, foi a de não se adotar julgamentos a priori de modo a serem mantidos os critérios de inventário e de memória. Portanto, a inclusão no Atlas desses pretensos esportes nocivos não constitui uma chancela mas apenas registro de existência visando-se a futuros estudos e avaliações. Afinal, inventário e memória são indicações comuns para a identificação de pesquisas a serem elaboradas, uma outra utilidade importante para um mapeamento como o que foi desenvolvido pelo Atlas.

Faz sentido se dizer que o Atlas possui uma estratégia de construção de conhecimentos na área de atividades físicas, embora dando pouco espaço para juízos de valor por parte dos autores colaboradores?

Sim, houve uma estratégia de construção de conhecimento, levando em consideração necessidades de atualização dos saberes relacionados ao esporte, Educação Física e atividades físicas de saúde e de lazer, conforme praticados no Brasil. Daí a ênfase, por exemplo, no levantamento conceitual para as interpretações dos esportes de inclusão social por orientação do editor Leonardo Mataruna; na busca de variedade quanto à apreciação dos esportes radicais e de aventura discutida com a respectiva editora Valéria Bitencourt; na eleição, juntamente com Antônio Carlos Bramante, editor da área de lazer, da cidade como locus do resgate histórico das práticas do lazer físico-esportivo no Brasil; e, sobretudo, na prioridade posta em todos os capítulos no tema da participação feminina nos esportes, em comum acordo com Ana Miragaya, editora associada, diante da possibilidade de ser este o fato novo principal de todos os demais destacados pelo Atlas.

A estratégia de produção de conhecimentos do Atlas implicou em se abrir maior espaço para os temas em renovação?

A estratégia de produção de conhecimentos do Atlas foi assumida como escolha de abordagens que pudessem estabelecer uma base mínima para a compreensão de cada tema. A partir desta base estimulou-se tanto a obtenção de dados que pudessem cobrir lacunas de conhecimento, como dados sobre inovações segundo perspectivas dos colaboradores. Por exemplo, no Tênis de Mesa e no Squash a inovação revelada foi o plano estratégico das respectivas Confederações, realmente algo raro entre entidades esportivas nacionais.

Um exame dos dados apresentados pelo Atlas indica que são raros os referidos a recursos monetários. Este item não fez parte da estratégia de produção de conhecimento?

Com relação a períodos longos de observação nos quais houve inflação, as entidades esportivas – como quaisquer outras no país – apresentam naturais dificuldades de comunicar suas disponibilidades financeiras, custos, orçamentos etc. Adiciona-se a esta falta de um padrão monetário estável, a tradição nacional de não abrir publicamente dados sobre receitas e despesas por parte das instituições em geral. Há alguns casos de exposição de dados financeiros no Atlas, contudo a experiência no trato dos diferentes levantamentos do Atlas – 2004 mostrou que a inclusão de valores monetários nos estudos sobre atividades esportivas ainda constitui uma tarefa futura a ser cumprida. Como a estratégia metodológica do Atlas é modular, espera-se que as próximas edições consigam progressivamente cobrir hiatos de informação entre os quais o item finanças é um dos de maior destaque.

Houve possibilidades de se verificar a qualidade dos dados levantados pelo Atlas após a sua elaboração?

Sim, pelo menos em dois casos importantes: alunos matriculados em cursos de graduação em Educação Física e número de bicicletas circulando no país. Em ambos confirmou-se o critério adotado pelo Atlas da adoção de valores mínimos em suas estimativas. Nas matrículas da graduação, o MEC – INEP totalizou em censo de 2004 (primeiro semestre) 116 mil alunos (8º. grupo de formação profissional do país), ao passo que o Atlas para o primeiro semestre de 2003 somou 77 mil alunos, cifra que projetada no ritmo de crescimento desde 2000, estaria próxima do valor censitário. Por sua vez, o total de bicicletas estimado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) em 2003, foi de 50 milhões, contrastando com 48 milhões, considerado pelo Atlas para 2001.

As relações internacionais do esporte brasileiro como também as atividades físicas em geral no intercâmbio com o exterior terão novas perspectivas ao se disponibilizar o Atlas em outros países e junto às entidades centrais de esporte no mundo (COI, CESIT, ICSSPE, FIFA, FINA etc)?

Sim. As vantagens previsíveis situam-se nos planos de prestígio político e de percepção do potencial do país, já que o Brasil a julgar por várias situações retratadas pelo Atlas, tem reduzidas relações com o exterior. Isto acontece tanto na participação da direção das entidades internacionais como na área de negócios (exportação de produtos relacionados ao esporte, turismo, projeção de imagem institucional etc) e da produção científica (publicação de pesquisas, exportação de equipamentos, produção de livros internacionais etc). Em outras palavras, o Atlas pode abrir oportunidades no exterior com conseqüências positivas internas, melhorando a imagem de qualidade do esporte nacional e evitando que este seja apenas interpretado como um mero exportador ocasional de atletas.

Os dados do Atlas poderão aumentar investimentos nas atividades físicas e nos esportes praticados no Brasil?

Sim, na medida em que aumenta a transparência dos fatos esportivos por meio de dados que permitam avaliações dos investidores potenciais tanto nacionais como do exterior. Nestas circunstâncias, o aumento de empregos é um dos efeitos mais evidentes a ser considerado. Note-se que a circulação de notícias sobre esportes pela mídia nacional e internacional não é suficiente para dar suporte às decisões sobre investimentos. Porém, tais notícias se relacionadas ao lazer e postas em circulação no exterior produzem impacto positivo com expansão interna de negócios.

Os dados do Atlas poderão justificar possíveis incentivos fiscais a serem outorgados futuramente pelo Governo à área esportiva?

Sim, em face a que até hoje esta reivindicação não teve base de sustentação em dados com um mínimo de validade. Como o esporte brasileiro é desconhecido em seu próprio país, as interpretações sobre as atividades físicas tem sido meramente opinativas. Este estado de situação pode levar até a aumento de impostos no setor com aconteceu com as academias de ginástica recentemente, o que é uma contradição com o conceito atual do esporte como meio de saúde pública e de geração intensiva de emprego. A seção de ‘Cenários’ do Atlas sintetiza as informações que podem ser utilizadas futuramente no processo governamental de decisões do país.

Como os autores podem referenciar suas colaborações ao Atlas?

Para uso acadêmico, os dados básicos para a referenciação ABNT (Brasil) e APA (sugerido para o exterior) em seus respectivos formatos são: Atlas do esporte no Brasil (título da obra); DaCosta, L.P. (Org.) (Organizador); Shape (editora); Rio de Janeiro (cidade da publicação) e 2005 (ano). A estes dados é adicionado o título do capítulo e o(s) nome(s) do(s) autor(es) que constam do Sumário (português) / Contents (inglês) nas primeiras páginas do Atlas (com a numeração das páginas correspondentes). Para as referenciações que exigem ISBN do livro o número a ser comunicado é 85-8525362-2. Cumpre esclarecer que o livro possui um subtítulo que foi incluído a fim de definir melhor as áreas de conhecimento abrangidas pelas investigações do Atlas desde que a expressão “esporte” é assumida no Atlas como genérica nas definições diversas de atividades físicas. Este subtítulo consta da ficha catalográfica, mas é dispensável no uso comum do título da obra.

Quais são as características do Atlas do ponto de vista do planejamento gráfico?

Os acertos com a Pancrom (empresa escolhida para a impressão do livro) definiram os seguintes detalhes técnicos do projeto do Atlas: 924 páginas em formato de 32 x 32 cm, sendo 32 páginas coloridas e impressas em papel couché fosco 115 g e as demais em papel couché Kroma Gloss 90g; a capa dura será recoberta com Frankonia (tecido) e receberá o título estampado em prateado, sendo envolta por uma sobrecapa colorida, impressa em papel couché 170 g com laminação fosca e verniz UV localizado. No preparo para a impressão será usado o processo de CTP (Computer To Plate) e, uma vez aprovadas as pré-impressões, terá início a confecção das chapas e a impressão propriamente dita.

O Atlas homenageia certas pessoas em sua página inicial de créditos: quem são estas personalidades e quais as razões da homenagem?

O Atlas está dedicado aos pioneiros de levantamento de memória do esporte no Brasil, levando em consideração fatores geográficos físicos e humanos: Henrique Nicolini (SP) e Henrique Licht (RS). O primeiro por ter pesquisado o desenvolvimento esportivo do estado de SP a partir do rio Tietê e do final do século XIX; o segundo por ter centrado suas pesquisas em áreas típicas do RS, focalizando o remo e o ciclismo em suas práticas por imigrantes sobretudo alemães e italianos. A terceira homenagem é in memoriam do Professor Paulo Bassoli, de Juiz de Fora-MG, um dos primeiros a abraçar a causa do Atlas como voluntário e que veio a falecer durante sua colaboração.

Há outros Atlas do Esporte em produção no Brasil além do iniciado em 2003 e finalizado em 2004 (1ª edição de 2005)?

Sim, há outras obras do mesmo nome e referenciadas a regiões ou cidades do Brasil, que estão em produção como desdobramento da obra de escopo nacional. A mais avançada é o “Atlas do Esporte no RS”, empreendimento coordenado por Janice Mazo e Alberto Reppold, ambos da ESEF da UFRGS, com apoio do Cref 2 e outras instituições do RS. Este Atlas está em pleno andamento e terá também sua primeira edição em livro no final de 2005 (ver site próprio em www.cref2rs.org.br/atlas/index.htm). Há também Atlas sendo preparados em SC (Cref 3) e em MG (Cref 6) em fases distintas de produção, como também no município de Niterói-RJ por iniciativa da Prefeitura local e sob coordenação do Professor Alfredo Gomes de Faria Júnior. Outro projeto em gestação refere-se aos municípios da Baixada Fluminense – RJ, um empreendimento de Leonardo Mataruna, Marcio Turini e Dirceu Gama, todos autores egressos da versão primeira nacional. Como o Atlas nacional é modular, não haverá problemas de incorporação sucessiva de informações de levantamentos regionais e locais. Porém, estas futuras expansões implicarão no abandono do formato livro do Atlas, e adoção de suporte eletrônico.

A primeira edição do Atlas é uniforme ou apresenta variações editoriais?

A edição 2005 do Atlas está sendo impressa em quatro versões: uma geral aberta ao público nas livrarias e aos profissionais para a venda direta a preços mais baixos. Outras três são customizadas incluindo duas páginas iniciais vinculadas a instituições do Consórcio do Atlas para uso interno e / ou divulgação externa. Nestes últimos casos, somente as duas páginas de abertura são distintas, uma vez que o conteúdo do livro é o mesmo para as quatro versões.

A partir da obra pronta qual o roteiro de eventuais apresentações do Atlas por parte dos autores?

Será disponibilizada nos diferentes sites relacionados com o Atlas - entre os quais o site especial do Atlas criado pela Shape (www.atlasdoesporte.com.br) e o site do Confef (www.confef.org.br), um kit de informações contendo: reprodução da capa do Atlas em tamanho reduzido; um arquivo em PDF contendo uma demonstração dos capítulos centrais da obra com variadas tabelas e gráficos; um conjunto de FAQs com os fundamentos da obra. Com estes meios básicos, cada autor ou expositor poderá aduzir sua própria informação e fazer apresentações personalizadas.

Como será feito o acesso do Atlas a preços reduzidos para profissionais, membros de entidades esportivas (clubes, federações, confederações etc), estudantes, atletas, jornalistas etc, sob coordenação da Shape?

Por parceria com: (1) Casa da Educação Física (www.casaef.org.br) de MG (Cref 6) em associação com o CEV (www.cev.org.br); e (2) Rioradical (www.rioradical.com.br), entidade de esportes radicais dirigida por Valeria Bitencourt (editora do Atlas). As vendas serão feitas pela Internet com instruções e condições no site especial do Atlas criado pela Shape (www.atlasdoesporte.com.br) que terá links com as instituições citadas.

Como serão feitos os contatos de busca de informações por parte dos autores do Atlas e interessados em geral, após terminar a produção da obra?

O site do Atlas dentro do portal da Shape abrigará links e notícias envolvendo as diferentes parcerias e atividades pós-produção. Já o site do Confef e da Casa da Educação Física-MG manterão disponíveis informações técnicas e de andamento dos projetos de desdobramento regional e local do Atlas nacional.

Haverá lançamentos do Atlas após sua primeira edição estar disponível?

O site www.atlasdoesportenobrasil.com.br, mantido pela Shape, e o site institucional do Confef de endereço www.confef.org.br darão acesso aos acontecimentos que se sucederão nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2004, com respeito ao Atlas. O lançamento no exterior será feito com sites especiais em inglês, espanhol e catalão promovidos pela Universidade Autônoma de Barcelona, em condições a serem divulgados por todas as entidades parceiras do projeto Atlas (data prevista 10 e 11 de novembro de 2004). Estes sites já estão no ar em língua inglesa, catalão e espanhol com acessos respectivos em:
http://olympicstudies.uab.es/chair04/eng/
http://olympicstudies.uab.es/chair04/cat/index.html http://olympicstudies.uab.es/chair04/esp/index.html

O Atlas pelo que representa em termos de inovação terá uma memória própria que permita multiplicar e melhorar seu exemplo no futuro?

Sim. Está em elaboração paralelamente à produção da primeira versão do Atlas uma dissertação de mestrado reunindo e discutindo os dados referidos à obra como também as interpretações por parte dos autores e instituições participantes na perspectivas de suas atuações, percepções e motivações. A pesquisadora é Verônica Perissé Nolasco, do Mestrado em Educação Física da UGF – RJ e também vinculada à CBDA.